Um grupo da Universidade de Brasília conseguiu quebrar a segurança da urna eletrônica, nos testes promovidos esta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral. Eles conseguiram recuperar a sequência dos votos, – o que, ao menos em tese, permite violar o sigilo das opções de cada eleitor.
Formado por professores e
alunos da Faculdade de Ciências da Computação, o grupo 1, dos 9 inscritos para
os testes, teve sucesso em desfazer o embaralhamento dos votos e, assim,
extrair uma lista que indica quem votou em quem.
“Conseguimos recuperar 474 de
475 votos de uma eleição na ordem em que foram inseridos na urna”, revela o
coordenador do grupo, o professor de Ciência da Computação da UNB, Diego
Freitas Aranha, que fez doutorado em criptografia pela Universidade de Campinas
(Unicamp).
Originalmente o plano de teste
previa a recuperação de 20 votos, mas o próprio TSE desafiou o grupo a resgatar
82% dos votos de uma fictícia sessão eleitoral com 580 inscritos – percentual
que equivale à média de comparecimento nas eleições brasileiras.
O professor Diego Aranha
ressalta, no entanto, que a tarefa de violar completamente o sigilo do voto
ainda está incompleta. “Precisamos da lista externa de votação para chegar ao
nome dos eleitores”, afirma.
Como explica o coordenador do
grupo, até aqui a equipe conseguiu determinar que o primeiro eleitor votou no
candidato X, o segundo no candidato Y, e assim sucessivamente. Com a relação da
votação – aquela que fica com os mesários – seria possível associar cada
eleitor, pelo nome, ao votado.
A exemplo das edições
anteriores dos testes, o tempo limitado de acesso à urna eletrônica – três
dias, entre 20 e 22/3 – impediu avanços ainda mais significativos na quebra da
segurança do sistema eletrônico de votação.
Diferentemente das versões
anteriores dos testes do TSE, desta vez o tribunal permitiu acesso ao código
fonte da urna – ainda que com restrições durante a fase de preparação dos
exames, que antes de iniciados passam pelo crivo da Justiça eleitoral.
Apesar de festejar o sucesso na
experiência, o grupo ainda não pode revelar os detalhes do feito – o TSE exigiu
um compromisso de que apenas informações preliminares fossem divulgadas antes
do relatório final com as considerações do próprio tribunal.
Além do professor Diego Aranha,
o grupo é formado por Marcelo Monte Karam, André de Miranda e Felipe Brant
Sacarel.
Luís_OsvaldoGros_smann
Convergência Digital
Fonte: Portal Belmonte.
Convergência Digital
Fonte: Portal Belmonte.