Nas
zonas rurais de Andaraí, Juazeiro e Castro Alves (a 417 km, 500 km e 190
km da capital, respectivamente), a população passa sede, o gado morre pelos
pastos e a agricultura familiar amarga perda de até 100%. A seca que
castigou a Bahia ano passado, sobretudo na região do semiárido, entrou em 2012
assolando comunidades das regiões norte, nordeste, centro-oeste e sudeste.
Até a última sexta-feira, 75 municípios tiveram a situação de
emergência reconhecida e decretada pela Defesa Civil estadual (Cordec). No
final de 2011, esse número chegou a 123, o que não significa uma melhora do
quadro, pois muitas destas cidades tiveram apenas expirado o prazo médio de 90
dias do decreto, e aguardam avaliação para a prorrogação.
Na região do semiárido, a mais atingida, o período seco tende a
se estender até maio. “É esperada para os próximos meses uma expressiva redução
nos volumesdas chuvas na região. Ainda assim, não se descarta a
possibilidade de ocorrer eventos isolados de chuvas mais intensas, nos meses de
março e abril, o que não será suficiente para suprir o déficit registrado nos
últimos anos”, avalia o coordenador de monitoramento do Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio.
Evidência preocupante é a barragem de Mirorós, que atende a
quatro cidades da microrregião de Irecê (mais de 200 mil habitantes). Segundo
informações da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), o volume
de água está abaixo de 10% da capacidade desde outubro passado, chegando a um
nível de alerta.
Fonte: A Tarde