Numa sessão tranquila e
sem atropelos, a Câmara de Vereadores de Serra Talhada manteve o parecer do
Tribunal de Contas do Estado (TCE), na noite desta segunda-feira (5), por um
placar de 6 x 4. O prefeito Carlos Evandro necessitava de sete votos favoráveis
para rejeitar o parecer e sair vitorioso.
Após o resultado, era visível o
sorriso estampado de várias pessoas que, anteriormente, eram aliadas do prefeito
Carlos Evandro, mas, com o ‘racha’ do grupo azulão, declararam apoio a
Sebastião Oliveira. Seguiram a orientação do Tribunal de Contas os vereadores
Paulo Melo, Márcio Oliveira, Peinha de Tião e Gilson Pereira. Na contramão do
TCE os vereadores Agenor de Melo Lima, Zé Raimundo, Zé Pereira, Vera Gama,
Ronaldo de Dja e Antônio Rodrigues.
Por incrível que pareça, não
houve debate acalourado no plenário entre os dois lados do público e nem entre
os parlamentares. Curiosamente, foi uma sessão fria, como se os dois blocos
(oposição e situação) já soubessem, por intuição ou não, do fatídico resultado
final contrário ao prefeito. No momento da decisão, algumas poucas vaias e
aplausos arriscaram emergir no seio do público, que lotou a CMST.
Depois do resultado
Após a decisão, foi travado um
bom debate de ideias entre alguns parlamentares. Chamou a atenção o ‘fogo’
cruzado do vereador Zé Raimundo Filho (PTB) e Gilson Pereira (PSD), que focou
seu discurso em denúncias de irregularidades do Governo Municipal em torno das
contratações das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
(Oscip).
“Neste processo com as Oscips
têm vários artigos que ferem a Constituição Federal. Contratar agentes de saúde
via Oscip não pode. É ilegal. E houve, sim, prejuízos aos cofres públicos”,
disparou, indo de encontro ao decreto legislativo assinado pela Comissão
de Finanças e Orçamento da Casa, que aponta inexistência de improbidade
administrativa ou enriquecimento ilícito por parte do prefeito Carlos Evandro.
Primeiramente, o petebista Zé
Raimundo lamentou a necessidade de ter o aparato policial na sessão. A Polícia
Militar realizou revistas nos eleitores usando detector de metais. Nem os
próprios vereadores escaparam. No ’fogo cruzado, Zé Raimundo acabou jogando por
terra os argumentos de Gilson Pereira com relação às Oscips, que também foram
utilizadas pelo ex-prefeito Geni Pereira em seu governo.
“Qual foi a má-fé utilizada no
primeiro ano de governo Carlos Evandro, se esta mesma Casa aprovou o projeto
autorizando as contratações”, questionou. Ele também defendeu a tese que a
votação era principalmente política. “As decisões quando vêm para a
Câmara são políticas. Tenho 12 contas aqui comigo, de ex-gestores que provam
isso. Talvez, se não fosse o atual momento político, estas contas seriam
aprovadas”, alfinetou Zé Raimundo.
Blog Farol de Notícias