CNJ retira escolta policial de Juíza Fabíola




Por unanimidade, o plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) retirou nesta terça-feira (28) a escolta da juíza do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE) Fabíola Michelle Muniz Mendes, que sofreu ameaças no ano passado, quando comandava processo contra policiais militares acusados de tortura.
A juíza atuava no município de Tabira, sertão pernambucano, a 400 quilômetros de Recife, e teve o pedido de proteção negado pelo TJ-PE. Em agosto do ano passado, o CNJ determinou em decisão liminar (provisória) a segurança à magistrada. Fabíola contava até agora com carro blindado e a escolta de dois policiais, que segundo ela, seriam réus em processo sob sua responsabilidade.
Meses depois, o TJ-PE informou a corregedoria do CNJ que investigações feitas pela Polícia Civil e pelo serviço de inteligência do tribunal mostraram que não há mais necessidade de proteção. O tribunal argumenta que a magistrada foi transferida do município de Tabira, no sertão pernambucano, onde atuava, e que não está mais à frente do processo que acusava policiais militares do crime de tortura.
“Esses fatos têm apuração minuciosa pela polícia pela segurança do tribunal constatou-se que não há nada. A magistrada foi transferida para outra cidade, onde não sofre risco nenhum e isso foi comprovado”, afirmou o relator do caso, ministro Carlos Alberto Reis de Paula.
O pedido de proteção da juíza ganhou repercussão por ter ocorrido logo após o assassinato da juíza 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ) Patrícia Lourival Acioli, morta com 21 tiros em emboscada quando saía de casa, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói.
Depois de defender a proteção de Fabíola Michelle na determinação provisória, a corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, afirmou ter segurança de que a magistrada não corre riscos.
“Estive com ela [juíza] e o marido, conversei com presidente do corregedor do tribunal e eles me garantiram que ela estava realmente apavorada, mas o serviço de inteligência não indicava qualquer preocupação. Estou segura hoje que não detectamos qualquer perigo de vida para a juíza”, afirmou a corregedora.
Defesa da juíza
A defesa da magistrada de Pernambuco afirmou que os policiais responsáveis pela escolta não estariam fazendo seu trabalho. O advogado da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Jonas da Cruz, afirmou que um dos policiais teria sido flagrado embriagado e se recusado a fazer o teste do bafômetro.
Segundo ele, o TJ-PE que deveria “primar pela segurança dos magistrados” trabalha de “maneira excepcional” para demonstrar que não há necessidade de segurança.
“A conveniência de saber se a juíza precisa ou não de segurança deve ser juízo da magistrada e não do TJ ou da Polícia Civil que estão no conforto e na modernidade da capital, deixando a juíza no sertão”, disse o advogado.
Fonte: G1/ Portal B...

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